Considerações sobre o II Encontro dos Bibliotecários e Arquivistas Portugueses
DOI:
https://doi.org/10.48798/cadernosbad.955Resumo
Exactamente um ano após a realização do I Encontro dos Bibliotecários e Arquivistas Portugueses,efectuava-se, de 30 de Março a 3 de Abril de 1966, o II Encontro. Para lá de todos os aspectos que é preciso desde já elogiar, temos de reconhecer que pôr de pé esta segunda reunião demonstra à saciedade que a capacidade de efectivação e o grau de eficiência dos 1IOSSOS colegas são verdades inconcussas, que não oferecem qualquer dúvida.Mais ainda: a organização do II Encontro foi cuidada e teve larga audiência, serviu bem os fins almejados - dizer ao País que realmente, no campo cultural, ele possui também um notável escol nos seus bibliotecários e arquivistas. Tal demonstração ficou patente. Ninguém já discutirá. Hoje só há que tomar em alta consideração a acção destes sempre que se pensar em termos de reforma de estudos à escala nacional ou de planeamento amplo da reforma da mentalidade lusitana. O II Encontro dos Bibliotecários e Arquivistas Portugueses foi, pois, um decisivo passo num caminho em frente e rectilíneo que a todos nos anima.Enquanto do I Encontro sairam comissões com fim bem específico para formar, por exemplo, as comissões regionais para o estudo das regras "de catalogação, do II Encontro não houve que recorrer a tal expediente. E por um motivo bem simples: graças aos decretos-leis 46348 e 46350 de 22 de Maio de 1965, criaram-se as condições legislativas que permitem a obtenção de uma série de benefícios que há tanto se aspiram, tais como Regras Portuguesas de Catalogação, Depósito Legal, Catálogos Colectivos, remodelação do Curso de Bibliotecário-Arquivista, etc. Enfim, dispondo desses diplomas que o Ministério da Educação Nacional criou em boa hora, está-se na senda perfeita para se atingir oque se deseja. Assim, os olhos estão postos na 3ª Secção da Junta Nacional da Educação para que ela leve à concretização das esperanças de todos os técnicos nacionais das questões bibliográficas e arquivísticas, esperando-se que reúna regular e frequentemente e resolva tantos dos problemas que nos assoberbam.Mas que resultou imediatamente do II Encontro? Uma grande obrigação: todos temos de dar colaboração, todos devemos fazer estudos, todos temos de contribuir na medida das nossas muitas ou poucas disponibilidades de tempo, de informação, de habilitação, para que os nossos colegas e os organismos responsáveis possam aproveitar ao máximo as contribuições que lhe dermos. Actualmente, por exemplo, só se poderão obter as Regras Portuguesas de Catalogação ou a Ficha Catalográfica Nacional graças aos elementos de estudo que os nossos colegas de Lisboa, Porto ou Coimbra trouxeram. Mas mais é preciso fazer. Novos estudos, novas sugestões há que fazer.Realmente este,tipo dos nossos Encontros serve para ventilar problemas - e para lhes dar solução adequada. Quanto mais trabalhos e 'realizações forem aparecendo, desde a simples tradução de um capítulo das regras de catalogação em estudo pela ALA até a qualquer trabalho original elaborado em conjunto de técnicos ou individualmente, tanto melhor. É sinal de que a chama destas reuniões não se extinguiu.Outro facto surgido durante o II Encontro foi a distribuição do belo volume com os trabalhos impressos do I Encontro. Por ele se vê a quantidade extraordinária de estudos feitos e do seu interesse e actualidade. Sempre que entre nós se abordarem tais problemas, as Actas daquela reunião têm de estar presentes, o que só honrará os bibliotecários e arquivistas, e servirá igualmente para dizer que os Encontros deste género alcançam também os seus objectivos imediatos a curto prazo.Outro facto de larga repercussão pública e social foi o extraordinário êxito que o Arquivo Nacional da Torre do Tombo obteve ao promover, integrada no II Encontro, a exposição dos seus iluminados e manuscritos valiosos. O público, durante esses dias, acorreu em massa para ver tão belas espécies, pois umas 10000 pessoas ali foram.Ora que quer dizer isto tudo? Que a receptividade do público continua viva. O problema está todo nisto: saber dar-lhe coisas de interesse, mesmo que elas sejam do passado. A Torre do Tombo soube mostrar que a história tem vida e beleza, e da! tão grande triunfo, que é igualmente um triunfo dos bibliotecários e arquivistas portugueses.
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