Editorial
DOI:
https://doi.org/10.48798/cadernosbad.994Abstract
Mecanização e automatizaçãoA era da mecanização ou da automatização está a bater à porta das bibliotecas e dos arquivos.Nas bibliotecas especializadas ou centros de documentação esta fase já está bem mais adiantada. Mas não nos esqueçamos que o primeiro incunábulo da era da automatização é o número de Agosto de 1964 do Index Medicus, da Biblioteca Nacional de Medicina, de Bethesta, Maryland" com 609 páginas, contendo 13 733 citações, composto em 16 horas, levando a sua elaboração, compilação e impressão apenas 5 dias do m2s. Portanto temos este incunábulo só com 3 anos de existência. É bem recente, como se vê…Por outro lado, a própria Biblioteca do Congresso, sempre pioneira, graças ao material (HardWare) e ao pessoal (Soft Ware) especializado que possui, iniciou em 1963, com o King's Report, ou seja com a publicação de Automation and the Library of Congress, os trabalhos relativos à matéria. Mais tarde, em 1965, começou os estudos Marc pilot Project (Machine - Readable-Catalog), cujo primeiro objectivo é de prover algumas das bibliotecas científicas de um catálogo em bandas magnéticas, utilizando-as para fins unicamente biblioteconómicos, como fichas de catálogos, catálogos em forma de livros impressos, bibliografias, listas de aquisições, etc., sendo as regras utilizadas as da própria Biblioteca do Congresso.Neste campo, as tarefas efectuadas numa biblioteca (e quem diz biblioteca, diz arquivo ou centrode documentação) podem dividir-se em dois grandes grupos:I - As que podemos apelidar de carácter administrativo (permita-se-nos a expressão), que utilizam já uma larga mecanização, nos estabelecimentos mais evoluídos, e que são: catalogação, administração de publicações periódicas, catálogos colectivos, serviço de empréstimo, aquisições. É comum a todos estes estabelecimentos.II - As que já exigem automatização para tratar as análises, os índices, as publicações bibliográficas.É próprio dos estabelecimentos que fornecem imediatamente a informação científica aos utilizadores e é possível, ainda, que esta automatização esteja já nos nossos dias a evoluir para uma combinação computador-microfotografia. Mas o futuro nos dirá se assim é. Lembremo-nos ainda de que é possível tratar, por intermédio dos computadores, de textos integrais, o que é uma espantosa conquista.Poder-se-á, agora, perguntar, como já outros o têm feito: será já para amanhã a biblioteca inteiramente automatizada? A resposta é, naturalmente, negativa. Mas não nos esqueçamos que há já tentativas neste sentido, como é o caso do Project Intrex do Massachusetts Institute of Technology, que se julga estar operacional por voltas de 1970.Ainda dentro da mesma orientação, e na escala portuguesa, o recente IV Encontro Internacional de Mecanografia e Informática, realizado em Lisboa, de 7 a 11 de Outubro p. p., teve a vantagem de acentuar ainda mais tal necessidade e, vamos lá, de provocar entre nós até uma próxima alteração em muitos dos métodos tradicionais do trabalho de organização.Por outro lado, dado que a mecanização e a automatização exigem disponibilidades financeiras, técnicas e de pessoal bastante elevadas, há que pensar em termos realizáveis de uma maior centralização técnica para haver uma maior difusão da informação e das espécies, devidamente tratadas, para um maior aproveitamento e uma maior economia.De qualquer maneira, uma verdade se impõe: as nossas bibliotecas, os nossos arquivos, as nossas bibliotecas especializadas ou centros de documentação, têm de estar receptivos ao máximo à mecanização e à automatização dos dias que se aproximam, acompanhando de perto tudo o que disser respeito a tais técnicas cujos fins primeiros são: facilitar e difundir com rapidez.Downloads
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Published
2004-10-01
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BAD, C. (2004). Editorial. Cadernos BAD, (4). https://doi.org/10.48798/cadernosbad.994
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Editorial
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