DigitArq e o novo módulo de interoperabilidade OAI-PMH
Resumo
Ao longo dos últimos anos, tem-se assistido à proliferação de entidades detentoras que disponibilizam através da Internet partes do seu acervo em formato digital (conteúdos de arquivo, registos bibliográficos, repositórios institucionais, objectos de ensino, etc.). O principal objectivo desta actividade é permitir aos seus utentes aceder ao catálogo do arquivo a partir de qualquer parte do mundo. Apesar da elevada quantidade de informação arquivística e conteúdos que se pode encontrar na Internet, essa informação continua dispersa, debaixo de estruturas heterogéneas (cada entidade detentora possui a sua interface de pesquisa e a sua maneira de disponibilizar a informação) e, sobretudo, com níveis de qualidade muito variáveis. No sentido de mitigar todos estes problemas surge a Rede Portuguesa de Arquivos, uma iniciativa da Direcção-Geral de Arquivos (DGARQ, 2009) que visa, entre outros objectivos, a criação de um portal de pesquisa que servirá de ponto de acesso privilegiado a toda a informação de arquivo produzida em território nacional. Trata-se do Portal Português de Arquivos. A mais recente versão do DigitArq, versão 3.1.8, vem agora acompanhada de um módulo designado Módulo de interoperabilidade OAI-PMH fazendo com que este software seja o primeiro produto nacional de gestão de arquivos definitivos a ser compatível com o Portal Português de Arquivos, assim como com outros agregadores de carácter internacional. Constituído por sete módulos funcionais, o DigitArq procura ir de encontro às necessidades globais de um profissional de arquivo, permitindo realizar tarefas diversas como a descrição arquivística, gestão de projectos de digitalização, publicação de catálogo na Web, navegação e pesquisa, gestão de utilizadores e gestão de produtividade. Este software pode ser descarregado gratuitamente a partir do sítio Web http://www.digitarq.pt. O módulo de interoperabilidade OAI-PMH foi desenvolvido tendo como principal objectivo ser 100% compatível com as directrizes de adesão ao Portal Português de Arquivos tornando, assim, as instituições que o utilizam aptas do ponto de vista tecnológico para adesão à Rede Portuguesa de Arquivos (DGARQ, 2008a, 2008b). Ao longo deste artigo irão ser abordados em detalhe os aspectos técnicos e políticos que estão subjacentes ao desenvolvimento do Módulo de interoperabilidade OAI-PMH, bem como a sua articulação com os agregadores, dos quais o Portal Português de Arquivos é um exemplo. Começaremos por dar uma visão alargada da arquitectura de funcionamento de um agregador OAI-PMH: como funciona, qual o seu papel face às entidades detentoras, que tecnologias é que o suportam, etc. Serão também apresentados os vários cenários de exploração. No artigo serão ainda descritas detalhadamente as características do Módulo de interoperabilidade OAI-PMH, i.e. normas utilizadas, mapeamentos em vigor, os formatos de metainformação suportados (com ênfase no subconjunto do Dublin Core (DCMI, 2009c) usado pelo OAI-PMH) e os resultados obtidos após validação da sua interface OAI-PMH recorrendo à Ferramenta de verificação de conformidade disponibilizada pela Direcção-Geral de Arquivos. Para concluir, serão apresentadas as vantagens da implementação deste módulo em aplicações que disponibilizam conteúdos na Internet focando a questão da interoperabilidade que se torna praticamente transparente para a entidade detentora