Biblioterapia de desenvolvimento, gestão das emoções e pensamento crítico: uma estratégia de intervenção para as bibliotecas escolares

Autores

  • Manuela Barreto Nunes Universidade Portucalense; CIDHEUS-UÉ/FCT
  • João Gouveia Escola Superior de Educação Paula Frassinetti
  • Marisa Pedrosa Biblioteca Escolar da EB 1 de Vale de Ferreiros
  • Madalena Van-Zeller Biblioteca Escolar da EB 2,3 Professor Óscar Lopes

Palavras-chave:

Biblioterapia, bibliotecas escolares, pedagogia da leitura, gestão das emoções, pensamento crítico

Resumo

O conceito de biblioterapia, entendido como a função catártica da leitura, é reconhecido desde a Antiguidade Grega e Romana: na Poética, Aristóteles defende a leitura de poesia como um remédio contra a dor, o medo e o sofrimento e, no séc. I A.C., o médico romano Aulus Cornelius Celsus, recomendava a leitura e a discussão de obras de grandes filósofos como terapia, útil tanto no tratamento das doenças do coração, como para desenvolver as capacidades críticas dos pacientes. Em Portugal, sobretudo na última década, a biblioterapia tem sido esparsamente praticada em hospitais pediátricos e começou a despertar a atenção de professores e bibliotecários, encarada como uma forma de promover hábitos de leitura e, ao mesmo tempo, contribuir para uma melhor gestão das emoções e um aumento da auto-estima e das capacidades críticas, principalmente em crianças e jovens de risco, ou oriundos de meios sociais desfavorecidos. Estudos recentes demonstram que a biblioterapia, efetivamente, contribui para o auto-conhecimento e para o conhecimento dos outros, e pode ser um importante apoio para a gestão das emoções e também para a promoção do sucesso educativo. A comunicação que agora se apresenta tem como objetivos enunciar o conceito de biblioterapia de desenvolvimento, entendida como um método eficaz de intervenção das bibliotecas na sua ação sobre os indivíduos e na prossecução das suas missões sociais, nomeadamente na promoção da cidadania e da inclusão social através do auto-conhecimento e da relação com os outros. Apresentando duas vias de intervenção aplicadas em dois projetos de investigação-ação, em níveis etários e educativos distintos, e utilizando diferentes estratégias, conclui-se pela relevância do uso de tal método na atividade biblioteconómica, nomeadamente em contexto colaborativo, no âmbito das bibliotecas escolares, uma vez que após as intervenções biblioterapêuticas se verificaram alterações efetivas no comportamento das crianças e dos adolescentes alvos dos estudos.

 

Biografias Autor

Manuela Barreto Nunes, Universidade Portucalense; CIDHEUS-UÉ/FCT

Doutora em Documentação pela Universidade de Granada. Professora auxiliar da Universidade Portucalense - Departamento de Ciências da Educação e do Património. Directora da Biblioteca Geral da Universidade Portucalense, membro eleito do seu Conselho Científico e coordenadora dos cursos de Mestrado em Educação e Bibliotecas e Ciência da Informação, e da Pós-Graduação em Biblioteconomia & Arquivística. Investigadora a tempo integral no CIDEHUS - UÉ. Vice-presidente da Delegação Regional do Norte da BAD e membro do grupo de trabalho de Bibliotecas Públicas.

João Gouveia, Escola Superior de Educação Paula Frassinetti

Doutor em Educação. Professor auxiliar na Escola Superior de Educação Paula Frassinetti, onde é responsável pela área de Supervisão Pedagógica.

Marisa Pedrosa, Biblioteca Escolar da EB 1 de Vale de Ferreiros

Mestre em Ciências da Educação - Especialização em Animação da Leitura, pela Escola Superior de Educação Paula FRassinetti. Professora Bibliotecária na Biblioteca da EB 1 de Vale de Ferreiros.

Madalena Van-Zeller, Biblioteca Escolar da EB 2,3 Professor Óscar Lopes

Mestre em Educação e Bibliotecas pela Universidade Portucalense. Professora Bibliotecária na EB 2,3 Professor Óscar Lopes (Porto).

Publicado

2012-10-18

Edição

Secção

Comunicação: 5. Valor social das bibliotecas e arquivos