A Europeana e a agregação de metadados na web: análise dos esquemas ESE/EDM e da aplicação de standards da web semântica a dados de bibliotecas

Autores

  • Helena Simões Patrício Biblioteca Nacional de Portugal

Palavras-chave:

Esquema de metadado, Europeana, Linked Open Data, Web semântica, Informação bibliográfica

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar os esquemas de metadados definidos pela Europeana para a agregação de dados, no contexto da evolução do esquema Europeana Semantic Elements (ESE) para o Europeana Data Model (EDM), que visa o enriquecimento dos dados agregados, a normalização de valores e a respetiva formalização como Linked Open Data (LOD). A evolução da Europeana de um esquema plano de metadados, para um modelo em que se pretende a integração dos dados agregados em redes semânticas de recursos surge no contexto da web semântica e dos objetivos de um serviço de agregação de dados nesse ambiente. Assim, começa-se por apresentar o conceito e os princípios da web semântica. Analisa-se depois as vantagens da respetiva aplicação aos recursos criados por bibliotecas e descreve-se os desafios decorrentes da representação de dados bibliográficos num formato que permita a sua utilização interativa na web, partindo da análise de iniciativas já existentes de bibliotecas que disponibilizam os seus dados como LOD. No contexto da agregação de dados como serviços para a descoberta e a reutilização de recursos num sistema de informação global; descreve-se o esquema ESE definido para o mapeamento de dados provenientes de diversos setores do património cultural num conjunto comum de elementos, que são depois recolhidos e indexados pela Europeana numa base de dados central, para pesquisa e apresentação de resultados ao utilizador final. Apresenta-se, como caso prático, o mapeamento de campos UNIMARC para o formato ESE, efetuado no contexto da implementação do serviço RNOD (Registo Nacional de Objetos Digitais), para agregação de informação bibliográfica de entidades portuguesas. Este artigo introduz os requisitos e princípios fundamentais do EDM, enquanto novo modelo de dados da Europeana que, não se substituindo ao ESE e sendo compatível com esse esquema, pretende resolver problemas suscitados pelo efeito redutor do esquema ESE sobre a riqueza semântica dos metadados dos vários fornecedores. Explica-se de que forma o EDM possibilita que cada fornecedor da Europeana estruture os seus dados sem que a respetiva riqueza original se perca e, por outro lado, de que modo o EDM permite a agregação desses metadados na Europeana e o seu enriquecimento com ligações a outros recursos de contextualização na web. Neste contexto, o artigo apresenta as classes e propriedades próprias do EDM, analisando a aplicação do EDM que está a ser realizada num projeto piloto, em que a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) participa, e que consiste na constituição de um repositório de dados LOD.

 

Biografia Autor

Helena Simões Patrício, Biblioteca Nacional de Portugal

Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), em 1996. Em 1998, concluiu o Curso de Especialização em Ciências Documentais (Opção de Biblioteca e Documentação) ministrado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Obteve, em 2004, o grau de mestre em Estudos de Informação e Bibliotecas Digitais, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Concluiu, em janeiro de 2010, o Programa de Formação em Gestão Pública (FORGEP), ministrado pelo ISCTE-IUL.
Entre os anos de 1997 e 2007, desempenhou funções nos seguintes organismos: Secretaria-Geral do Ministério da Cultura (Técnica superior de biblioteca e documentação – dezembro de 2000 a março 2007); Biblioteca da Ordem dos Advogados (Jurista-bibliotecária – janeiro 1998 a dezembro de 2000); Centro de Documentação e Investigação de Direito da Mediateca da Universidade Lusíada (Técnica superior de biblioteca e documentação – dezembro 1996 a dezembro 1997).
De abril 2007 a junho 2012, exerceu o cargo de Diretora de Serviços de Sistemas de Informação da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), tendo como responsabilidade a direção, coordenação e controlo dos recursos e serviços que integram os sistemas de informação da BNP, bem como o desenvolvimento e implementação de soluções, requisitos e normativos técnicos para a gestão e produção de conteúdos digitais.
Desde julho de 2012, exerce as funções de Diretora de Serviços de Coleções Especiais da Biblioteca Nacional de Portugal, em regime de substituição.

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Publicado

2012-10-18

Edição

Secção

Comunicação: 1. Gestão de sistemas e redes informação