Planeamento e ainda planeamento
DOI:
https://doi.org/10.48798/cadernosbad.1018Resumo
Por vezes os tempos servem-se de expressões que soam bem e que, como tal, se utilizam. É um uso e um abuso. Julga-se que a palavra ou a expressão é um lenitivo para todos os males. Panaceia de efeito espectacular - eficiente e rápido. E por isso se transforma em moeda corrente, sobretudo para os cultores da inovação... No entanto, por outro lado, os tempos também usam expressões que correspondem a necessidades autênticas e imediatas. Ora a voga traz-nos agora uma nova expressão – aliás tão velha como o Homem - que na realidade é uma necessidade real do nosso tempo - Planeamento, planear.
E se a expressão tem cabimento em tantos sectores da vida, no campo específico das Bibliotecas, Centros de Documentação, Arquivos, ela assume proporções de exigência imediata e de realização pronta. No ponto actual da vida dos técnicos destas instituições é chegado o momento de encarar também largos planos que permitam aproveitar a riqueza que corre pelos montes, vales, rios e mares, riqueza que se chama Informação, matéria prima que carece de ser dominada e oferecida em termos de imediata utilização. Por outro lado, a educação, seja ela permanente ou não, e o civismo carecem de meios adequados, bem estudados e articulados em termos de eficiente rentabilidade, sobressaindo entre esses a Biblioteca, como organização viva (livre acesso às estantes, catálogos francos, locais atraentes, livros de interesse vivo e actual, «animadores» para debates e para impulsionar a utilização por parte das crianças com a hora do conto, com o teatro infantil, etc., etc.).
Mas tudo isto só se consegue com um planeamento inteligente e económico (a falta de um plano leva à dispersão de esforços e de técnicas e ao atirar pelas janelas rios de dinheiro ...) que conduza a uma efectivação por que todos os técnicos responsáveis e conscientes anseiam.
Sem um planeamento capaz - e a hora exige tal realização - é continuar a ver-se abrir mais o fosso que nos separa das nações que já lá vão à frente, muito adiante... E não se pergunte: quem sofre? ...
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