Políticas científicas e línguas de ciência em revistas de acesso aberto
o caso das Ciências da Comunicação e da Informação em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.48798/cadernosbad.2716Palavras-chave:
Revistas científicas, Línguas de ciência, Políticas científicas, Língua portuguesaResumo
Entendendo-se como estratégico o debate sobre as políticas científicas e as formas de contrariar a hegemonia do modelo de publicação dos países anglo-saxónicos, um modelo que não apenas apaga as diferenças, mas que, de igual forma, perpetua a subalternidade científica, linguística e cultural, considera-se determinante a definição de políticas editoriais que se posicionem no combate contra o empobrecimento da língua. Mas será que estas políticas existem? Não ignorando que o acesso aberto não é necessariamente sinónimo de um acesso universal, já que não elimina barreiras como as linguísticas, procuramos olhar para as revistas portuguesas de acesso aberto em Ciências da Comunicação e da Informação para conhecer as suas políticas científicas, o modo como procuram enquadrar-se na comunidade internacional e responder a este desafio de criação de uma comunidade multifacetada. Foram contabilizadas 19 revistas, entre as quais se regista uma tendência progressiva para publicações linguisticamente híbridas. Não existindo, regra geral, uma política para o português como língua de ciência, daí redunda uma grande vulnerabilidade destas publicações perante a força expressiva de outras línguas, sobretudo da inglesa.
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