Implementação da Carta da Qualidade na Biblioteca da FCT/UNL: porque os utilizadores merecem!

Autores

  • Ana Roxo Divisão de Documentação, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
  • Salima Rehemtula Divisão de Documentação, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
  • Ana Maria Alves Pereira Divisão de Documentação, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
  • Rosário Duarte Divisão de Documentação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Palavras-chave:

Qualidade, Bibliotecas universitárias, Satisfação dos utilizadores

Resumo

A Biblioteca da FCT/UNL[1] considera a qualidade um fator determinante para o seu sucesso enquanto organização prestadora de um serviço inserido em contexto académico, por isso, sentiu necessidade de saber qual o grau de satisfação dos utilizadores em relação aos serviços que presta. Esta prática foi permitindo, ao longo dos anos, delinear planos de melhoria e, simultaneamente, alinhar as atitudes, os comportamentos e as competências dos colaboradores às necessidades dos utilizadores.

Em 2010, considerámos estar reunidas as condições para implementar a Carta da Qualidade (CQ)[2], uma ferramenta que iria permitir estabelecer parâmetros de produtividade e avaliar a performance do serviço, gerir as expetativas dos utilizadores, beneficiar da sua participação, em suma, melhorar a nossa performance e aumentar o grau de satisfação do público alvo.

O principal objetivo desta ferramenta é a aproximação à comunidade académica tornando público o que os utilizadores podem esperar de nós e incentivar a apresentação de sugestões, fatores que consideramos essenciais para a melhoria contínua dos serviços prestados.

Para sensibilizar a equipa da Biblioteca para a importância da Qualidade, foram convidadas duas instituições que já tinham implementado CQ nos seus serviços: a Biblioteca da Secretaria Geral do Ministério da Educação e a Biblioteca do ISCTE-IUL. A equipa teve, ainda, a oportunidade de aplicar o modelo de auto-avaliação CAF aquando da realização de uma tese de mestrado na Faculdade de Ciências e Tecnologia, cujo autor escolheu a Biblioteca como estudo de caso.

A implementação da Carta obedeceu a três etapas: a realização de inquéritos de satisfação aos utilizadores e aos colaboradores; a distribuição a todo o staff de documentos considerados fundamentais para a compreensão do conceito de qualidade; a identificação, por todos os elementos da equipa da Biblioteca, dos serviços e respetivos compromissos/indicadores a constar na carta.

Na primeira etapa, chegámos à conclusão de que apesar de existirem alguns aspetos negativos quanto ao grau de satisfação por parte dos utilizadores e dos colaboradores, existiam pontos positivos a realçar, a saber: a maior parte dos utilizadores encontrava-se satisfeita com os serviços disponibilizados pela Biblioteca. Os colaboradores, por sua vez, indicavam um grau de motivação satisfatório relacionado com o interesse em participar em projetos de mudança, desenvolver novas tarefas, aprender novos métodos de trabalho e participar em ações de formação, de modo a contribuir para a melhoria contínua dos serviços prestados. A junção destas duas perspetivas (utilizadores e colaboradores) permitiu abrir o caminho para a criação da CQ.

Na segunda etapa, foram feitas várias reflexões internas sobre o tema, de modo a perceber a associação entre os termos “qualidade” e “satisfação do utilizador” e a importância que estes conceitos foram ganhando na área das Ciências da Informação; a mais-valia desta ferramenta no contexto das bibliotecas do ensino superior e, finalmente, a importância do trabalho em equipa para a qualidade do produto final, bem como o papel da liderança para promover o empenho dos colaboradores.

Numa terceira fase, foram identificados os serviços a constar na CQ e os respetivos compromissos e indicadores, assim como os sistemas de monitorização que seriam utilizados para nos certificarmos de que os compromissos estariam a ser cumpridos.

Após a implementação e publicação da CQ em finais de 2011a equipa passou a estar mais atenta às críticas/sugestões dos utilizadores, à identificação de problemas e a estabelecer soluções com base em dados concretos; foi notória a consciencialização de que o utilizador não deve sair da organização sem uma resposta às suas necessidades; foi dado ênfase à responsabilização da equipa, assim como às formas de monitorização do trabalho desenvolvido.

 

 


[1] http://www.biblioteca.fct.unl.pt/

 

[2] http://issuu.com/bibliotecafctunl/docs/cartaqualidadebibfct

 

Biografias Autor

Ana Roxo, Divisão de Documentação, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Licenciada em Estudos Portugueses e Franceses pela FLUL. Pós-graduação em Ciências da Informação e da Documentação (Biblioteconomia)

 

Salima Rehemtula, Divisão de Documentação, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Licenciada em História e Ciências Sociais pela Universidade do Minho fez uma pós-graduação em Ciências Documentais – Ramo Biblioteca na Faculdade da Letras da Universidade de Coimbra.
Atualmente é Coordenadora da Divisão de Documentação e Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, que é responsável pela coordenação do Repositório Institucional da UNL – RUN e pela implementação do Projeto Blimunda.
É membro do Grupo de Trabalho das Bibliotecas do Ensino Superior da BAD – Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas.

Ana Maria Alves Pereira, Divisão de Documentação, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Licenciada em História e Ciências Sociais pela Universidade do Minho fez uma pós-graduação em Ciências Documentais – Ramo Biblioteca na Faculdade da Letras da Universidade de Coimbra.
Atualmente é Coordenadora da Divisão de Documentação e Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, que é responsável pela coordenação do Repositório Institucional da UNL – RUN e pela implementação do Projeto Blimunda.
É membro do Grupo de Trabalho das Bibliotecas do Ensino Superior da BAD – Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas.

Rosário Duarte, Divisão de Documentação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Licenciada em História variante História da Arte pela FLUL. Curso de especialização em Ciências Documentais pela FLUL. Conclusão da parte curricular do Mestrado em Arquivo, Biblioteca e Ciências da Informação pela Universidade de Évora.

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Publicado

2012-10-18