Editorial
DOI:
https://doi.org/10.48798/cadernosbad.896Abstract
O primeiro número impresso dos CADERNOS DE BIBLIOTECONOMIA, ARQUIVÍSTICA E DOCUMENTAÇÃO é, neste momento, uma realidade. Não é, porém, uma realidade gratuita, daquelas que nos chegam às mãos por um golpe de sorte ou um capricho do acaso. É uma realidade que acabamos de conquistar após um dispêndio de esforços que vai contar dois anos e que se traduziu na publicação de seis números policopiados (1). É a consequência lógica de uma linha de conduta que não tergiversou, que não iludiu os mais elementares princípios da honestidade e da sinceridade para connosco próprios.Na verdade, não podem hoje restar dúvidas de que, embora sem a pretensão de contentar todos, o rumo que traçámos foi um rumo certo.A valorização intelectual e profissional de que pretendemos aproximar-nos era e é ainda o primeiro passo a dar. Decerto ela não se processará de um dia para o outro, e o sacrifício que exige não se consumará sem persistência e devoção. Mas é evidente que, nos nossos postos, precisamos de estar aptos a enfrentar os problemas da nossa profissão e a responder nobremente - com a nobreza da nossa preparação técnica- às críticas falazes, à teimosa indiferença dos ignaros, à incompreensão daqueles que nos minimizam mas não dispensam o nosso trabalho. E se nos exprimimos desta forma num momento que, materialmente, está a tornar cada vez mais dura e insustentável a nossa situação, não é porque tentemos fechar os olhos à ingrata realidade das circunstâncias: é porque temos consciência de que estamos numa encruzilhada histórica e porque sabemos que só uma congregação de esforços - a abnegada congregação dos esforços de todos nós - pode abrir-nos horizontes mais largos e mais iluminados.Os CADERNOS saem agora impressos. Não queremos insistir na obra realizada anteriormente (e já historiada nas páginas de outro número) nem queremos abrir aqui um mundo de promessas. É -indispensável, no entanto, fazer notar aos nossos Colegas que a revista terá de viver da colaboração de todos, e que de todos depende a elevação do seu nível técnico.Os CADERNOS impressos constituem, sem dúvida, uma bela realização de que poderemos, se quisermos, orgulhar-nos sempre doravante - não apenas meia dúzia de privilegiados (ou sacrificados ... ) mas todos nós, Bibliotecários- Arquivistas portugueses. A linha de rumo, hoje como ontem, mantém-se inalterável. Integrados nela, empenhemo-nos, lado a lado, por ser profissionalmente dignos dos pergaminhos universitários que nos foram honrosamente concedidos - e as injustiças que se acumulam sobre nós hão-de dissipar-se. Aproxima-se outro acontecimento muito grande e talvez decisivo: 1965 será o ano do nosso I Encontro. Temos de estar todos presentes, com aprumo e dignidade. Os CADERNOS também não faltarão à chamada.
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( 1 ) Os seis números policopiados, de numeração independente, serão considerados o volume 1 da revista, podendo encadernar-se juntos. Assim, com o presente fascículo dá-se início ao volume 2, que compreenderá todos os fascículos publicados em 1965.
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